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          A ventosa usada no Oriente, desde a Antigüidade, tem como base a troca gasosa, visando limpar o sangue pelo pulmão (a ventosa tem a mesma fisiologia da troca gasosa do pulmão), regulariza o fluxo do Qi e do sangue e ajuda a extrair e eliminar os fatores patogênicos como Vento, Frio, Umidade e Calor.
A limpeza do sangue pela respiração é o método mais comum, porém não muda eternamente, não podendo esquecer que dentro de coisa comum, existe a grande verdade, a humanidade está viva desde a Antigüidade, graças a esta troca gasosa pela respiração, limpando o sangue venoso o pH 7,2 a 7,3, para pH 7,3 a 7,5 do sangue arterial.  E assim que se mantém a vida.  A diferença de pH é apenas de O,2 a O,3; mas esta é a base que mantém a vida.
Se não houvesse este mecanismo, não haveria uma forma material capaz de curar a doença, nem tão pouco a intervenção cirúrgica não teria sucesso. Este mecanismo respiratório se. Realiza instintivamente, desde o nascimento até a morte. Se parar esta respiração, imediatamente faltará o O,2 no sangue cairá a pH arterial e dai o óbito. É num principio tão lógico, que possibilita entender que a limpeza do sangue através de respiração é o melhor meio que leva a cura espontânea.
O volume de gás que é trocado na respiração: na inspiração, a quantidade do O,2 é 20, 9% e na expiração é 16%, portanto, mais ou menos  4% de O,2 retirado do ar é absorvido pelo organismo. Por outro lado, a quantidade de CO2 na inspiração é de 0,03% e na expiração é de 4%.  Este fato mostra que através de respiração, expulsa o CO2 do sangue e distribui o O,2, elevando o pH, mesmo que esta diferença seja mínima.  Se não houvesse esse mecanismo, não seria possível a vida, portanto. A respiração é a primeira condição para que se mantenha a vida.  Por isso mesmo, este mecanismo que parece ser tão banal, na realidade é o maior motivo para se manter a vida.
O uso da ventosa na China
· Utilizada na China há centenas de anos
· Conhecida como “terapia do chifre”
· Esse método era utilizado para remoção de pus e sangue dos furúnculos
· Mais tarde foi utilizada como método auxiliar na cirurgia tradicional chinesa
· Posteriormente constatou-se que era eficaz no tratamento de outras enfermidades, tornando-se método terapêutico próprio
· Os mais antigos registros datam da Dinastia Han no livro Bo Shu
· Há cerca de 500 anos, um cirurgião famoso chamado Wei Ke Zen Zong apresentou um registro detalhado dos métodos de aplicação de ventosas usados na prática cirúrgica
· A ventosa natural originalmente com chifre foi substituída pelas ventosas de bambu, cerâmica ou vidro
· Em todo o território chinês o crescimento foi particularmente rápido
· Nos anos 50, a eficácia das ventosas foi confirmada por acupunturistas da União Soviética e o método foi estabelecido como prática terapêutica oficial em hospitais de toda a China
· Essa decisão estimulou substancialmente o desenvolvimento de novas pesquisas sobre a técnica
O uso da ventosa no Ocidente
· Os antigos egípcios foram os primeiros a fazer uso sistemático das ventosas
· Ebers Papyrus, considerado o texto médico mais antigo de que se tem registro, escrito aproximadamente em 1550 a.C., no Egito, descreve sangrias feitas por meio de ventosas para “remover a matéria estranha do corpo”
· Galeno e Hipócrates eram também grandes defensores desta técnica
· Entre os egípcios, que introduziram a sangria na Grécia, a ventosa era tratamento habitual para quase toda enfermidade e acredita-se que tenham herdado esse método dos povos mais antigos do Oriente
· Foram usadas, inicialmente, na antiga prática de sugar o sangue de feridas envenenadas
PRINCÍPIO DE DEPURAÇÃO DO SANGUE PELA VENTOSA
A superfície da pele, em pessoas normais, em média tem 1,6 mm e a sua constituição é muito complexa, dividindo em epiderme, hipoderme e derme, e o maior aparelho do corpo humano.  A pele é considerada um aparelho de respiração, como o pulmão, mas não absorve grande quantidade de O,2, porém destina-se mais a eliminação de células envelhecidas, ou então, de suor ou gases que intoxicam.  Estas funções são exercidas pelas glândulas sudoríparas e sebáceas.
As glândulas sudoríparas são constituídas de células exócrinas e apócrinas das glândulas sudoríparas maiores.
Nas pequenas glândulas sudoríparas existem em tomo de 200.000, e consegue eliminar toxinas gasosas do suor, com pH em torno de 4,5 a 6,5. Também dissipa o gás como se fosse à eliminação de CO2 do pulmão.
O principio da ventosa, não só elimina gases, mas através dos pontos nos meridianos de Acupuntura, consegue eliminar escórias do centro do corpo; por isso há uma limpeza maior do que a da pulmonar, regulando a quantidade de vácuo. A antiga medicina grega hipocrática tinha como ponto de vista principal, a cura da doença, observando bem o doente nos seus hábitos e no meio em que vive, procurando restituir a força para a cura própria, de modo natural.
O ponto de vista fundamental da Medicina Oriental, também procurou a causa da doença dentro, isto é, mil doenças um veneno, (existe uma causa para mil manifestações da doença), diferencia-se, portanto da medicina moderna, que procura a causa fora do organismo, baseado em microbiologia.
Na China antiga, considerava-se que esta expressão “mil doenças um veneno”, era causada pela sujeira da água e do alimento, portanto o sangue coagulado no corpo, é que é a causa todas as doenças.
Efeitos sobre o Sistema Nervoso
· A ventosa estimula as papilas sensitivas da pele. Os efeitos inibidores na dor não se limitam à área do tratamento, mas se estendem às áreas controladas pelos nervos envolvidos
· O tratamento na região dorsal é direcionado principalmente para a linha central (nervos espinhais e parassimpáticos) e para os nervos simpáticos localizados lateralmente
· O estímulo desses nervos tem uma boa influencia não só no próprio sistema nervoso autônomo como também nos vários órgãos sob seu controle
Efeitos sobre a pele
· Por meio da força de tração há um estimulo direto nas raízes dos pelos e na dilatação dos vasos sangüíneos da pele, o que provoca aumento da circulação sanguínea, aumento da temperatura da pele, estimula o metabolismo, melhora o funcionamento das glândulas sebáceas e sudoríparas e da respiração cutânea e suprimento adequado de nutrientes aos tecidos
· Além de mover o sangue velho e estagnado no interior da pele, também remove substâncias venenosas da sua superfície
· Esse método acelera a secreção de sais e substâncias sebáceas e a excreção de água
· Fortalece o poder renovador da pele e sua resistência contra vários agentes nocivos
Efeito sobre os músculos e articulações
· A ativação dos capilares subcutâneos ativam também os vasos sanguíneos dos músculos promovendo o relaxamento bem como promove a secreção do líquido sinovial no interior das articulações
Aplicação da Ventosa
a) Definição:
A ventosa é o método que utiliza a pressão negativa dentro de um recipiente que suga a pele e provoca o fenômeno de hiperemia e hemorragia subcutânea (equimose); isso estimula o tecido local ou as terminações nervosas para a cura da doença.
Há dois tipos de ventosa; ventosa de fogo e ventosa de água.  A ventosa de fogo é o método que, com auxilio do fogo, queima o interior do recipiente e provoca a pressão negativa para sugar.
Há duas técnicas: por fogo e por passagem do fogo.
b) Material:
Atualmente há três tipos de recipientes mais usados para se praticar a ventosa:
1. feito de bambu.
2. feito de porcelana com a boca pequena e corpo largo.
3. feito de vidro com as mesmas características da ventosa de porcelana este é o mais usado.
Além do recipiente acima citado, os outros materiais utilizados na ventosa são: fósforos, algodão, álcool etc.  Na ventosa de água são também usados remédios ou aparelhos para fritar ou cozinhar.
c) Técnicas de Ventosa:
1. Ventosa de Fogo – fixar com esparadrapo uma pequena bola de algodão embebida em álcool no fundo do recipiente, acende-lo e imediatamente colocar sobre a pele.
2. Ventosa de Fogo – pegar uma pinça contendo uma pequena bola de algodão embebida em álcool, acende-la e passa-la na boca do recipiente e rapidamente colocar o recipiente em contato com a pele.
3. Ventosa de Água (Sucção) – utiliza-se um aparelho de sucção produzindo pressão negativa no recipiente já posteriormente fixado no local onde se deseja aplicar a ventosa.
d) Tipo de Ventosa:
1. fazer aplicação na pele e retirar imediatamente o recipiente, repetindo o processo até a pele ficar avermelhada.
2. fazer a aplicação na pele mexendo o recipiente vagarosamente.
3. fazer a aplicação até a pele ficar com uma tonalidade vermelha congestionada.
4. fazer aplicação até formar uma equimose.
e) Duração da aplicação:
Geralmente a duração da aplicação é de cinco a dez minutos; mas podendo variar dependendo de outros fatores: sensibilidade local, intensidade da força de sucção, espessura do músculo local e gravidade da doença.
Como regra geral, em caso de dor, a aplicação deve ter duração maior; em caso e paralisia, a duração será menor.  Para doenças de maior gravidade a duração é maior e em doenças de menor gravidade a duração também será menor.
f) Observação:
Em determinadas condições, certos cuidados se fazem necessários:
1. Paciente com febre alta, convulsão, alergia, gestante, ou tendência a sangramento.
2. Na ventosa, o fogo deve ser forte e de ação rápida.
3. É aconselhável usar recipiente de vidro para se observar a cor da pele.
g) A ventosa é mais usada em certas doenças como:
1. Torção ou contusão aguda do tecido mole
Inflamação crônica do tecido mole.
2. Atrofia muscular.
3. Paralisia dos nervos.
4. Distúrbios de peristaltismo gastrointestinais.
5. Bronquite aguda e crônica.
6. Asma.
h) Indicações e fórmulas mais usadas:
1 – Resfriado. IG4 e Tai Yang (hiperemia), VG14 e na região intramuscular usando técnica de equimose.
2 – Dores de cabeça.  VG 14 (equimose) Tai Yang (hiperemia).
3 – Reumatismo.  VG 14 – 4, IG11, B40.
4 – Asma.  B11, VG 12, VC 12 -6, região do mamilo, dorsal e lnterescapular, técnica de hiperemia.
5 – Gastralgia.  VC 12, E36, PC6, B20 e 21.
6 – Soluço.  B 11 – 13 e VC 12.
7 – Disenteria.  E25 do lado esquerdo e VC3.
8 – Vômito – E25, VC6 – 4, B20 e BP6.
9 – Dor abdominal.  E2 5, VC 12 – 6 e no local da dor usar técnica de hiperemia.
10 – Dor torácica. Ponto local.
11 – Lombalgia.  B23 – 40 – VG2 – 14 – 4, usar técnica de hiperemia e na região interescapular usar técnica de equimose.
12 – Ombro doloroso.  VG 14 – 12, B 11 e 13.
13 – Dor no quadril. B23 – 30, BP10, nesses pontos usa-se técnica de hiperemia e do lado contralateral usa-se técnica de equimose.
14 – Impotência funcional do braço.  B 11, IG 11 e 15.
15 – Dor na perna.  B40 – 57 e BP6.
16 – Dismenorréia.  R6 – 3 – 4, E25, B23 e F3.
17 – Leucorréia.  R4 – 6 e BP6.
18 – Inchaço no olho e Conjuntivite: Tay Yang.
19 – Dor articular. Membro superior: IG I 5 – 11, TA5, IG4 e local de dor, Membros inferiores: B30, E36, VB39 e local de dor.
20 – Torção articular. Local da lesão.

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